Segunda, 15/2/2016, chegou como um tsunami, a notícia publicada pela BBC (Londres). A matéria veio com certas insinuações sobre uma amizade, ou "mais que uma amizade", entre Papa João Paulo II ( na verdade, S. João Paulo II) e uma amiga e filósofa polonesa, Anna-Teresa Tymienieck.
Todos pudemos observar as contínuas chamadas nos telejornais, na internet, e por todos os meios de comunicação.
Não existem provas concretas das mensagens pulverizadas pela mídia, mas o vazamento de fotos e das escritas entre o papa e a filósofa, durante 32 anos, abriu a possibilidade de muitos duvidarem da vida de santidade do papa.
Eu, como sempre admirei a postura de S. João Paulo II e tive oportunidade de vê-lo de perto, mais de uma vez e , mais que isso, tive a graça de minha filha ser acarinhada por ele, quando pequena, confesso minha indignação com todo este sensacionalismo.
Falando muito sério, qual a vantagem de alguém levantar arquivos e suspeitas sobre a vida pessoal de João Paulo II? Qual o verdadeiro objetivo desta equipe? Será que é só para vender notícias, ou tem algo mais profundo que isso em jogo? Depois do falecimento dos personagens principais desta história, como provar as reais intenções? Como eles poderiam se defender destas suposições?
Penso que é consenso geral o reconhecimento da grande capacidade intelectual de Karol Wojtyla, portanto, se houvesse intenções escusas neste relacionamento, por que escrever cartas? POR QUE DEIXAR registros escritos de uma relação de amizade que poderia causar-lhes problemas no futuro? Tanto o papa como sra. Anna viveram a terrível II Guerra Mundial, com todos os artifícios e requintes de investigação, perseguição e holocaustos, portanto, não eram ingênuos a ponto de deixarem provas vivas de algo, supostamente ilícito! Quando não se tem nada a temer, não existe preocupação estratégica para esconder provas.
Por outro lado, imaginem quantas pessoas e autoridades eclesiais tomam conta da vida de um papa, impedindo que o chefe da Igreja Católica Apostólica Romana tenha privacidade 100%. Por motivos de segurança, e por outras mil razões, ocupar cargos muito importantes significa não ter vida própria sem algum tipo de intervenção. Com todo estes bastidores, por que só agora vem esta notícia bombástica à tona, apresentada com um duvidoso tom imparcial ? Não houve uma acusação oficial, mas existe a indução de um pensamento malicioso.
Apresentaram fotos... Quem as tirou? Se alguém as tirou é porque não estavam fazendo nada às escondidas e, muito menos, a sós. Que eu saiba, nesta época ainda não existiam selfies captadas por celular e, no caso de possíveis consequências desastrosas com a divulgação das fotografias, o papa não permitiria que fossem reveladas, ao contrário, iria providenciar que fossem eliminadas e esquecidas. Qualquer um que quisesse omitir algo agiria assim, não é verdade?
Penso que há quem faça qualquer coisa para se destacar na mídia, inclusive escândalos, desde que venda notícia, mesmo que esta possa denegrir a imagem de alguém. Triste, não?
Imaginei alguém fazendo a mesma coisa com a memória de meu pai ou meu avô, pessoas idôneas e que lutaram contra muitas angústias durante suas vidas, mas me deixaram exemplos éticos extremamente importantes. Faça esta analogia com alguém muito próximo e sinta como machuca o coração da gente. Não se pode levantar suspeitas desta maneira, em especial com um personagem da história tão querido e respeitado, não só pelos católicos, mas por pessoas de diversas crenças e convicções.
Foi elaborado um vídeo - documentário pela BBC sobre este assunto e está sendo veiculado pela internet. Fará sucesso, porque a humanidade adora uma fofoca, ainda mais neste nível. Prova disto foi, nesta terça, no JA da RBS-SC, o jornalista Cacau Menezes não perdeu a oportunidade de fazer um comentário com tom debochado:
"- Se o papa pode, todo mundo pode." Infelizmente, muito deselegante....
Há, de fato, forças contrárias a quem busque uma vida de santidade, ou a quem tente realizar a vontade de Deus ou tenha feito a diferença para a humanidade. Diferente de um grande número , acredito que seja possível, sim, viver uma amizade plena e sem segundas ou terceiras intenções. Amizade de verdade, sabe? Mas isso, não pode ser vivido por muitos, porque quem tem maldade no coração, não consegue entender outros tipos de relacionamentos e um outro tipo de amor, que não seja o eros.
Para completar, quem tem um coração sincero e nobre (pena que são poucos) consegue ter amigos de verdade por muitos anos, assim como esta amizade com um casal que resultou em livro, entre tantas outras lições de vida e demonstração de sentimentos que o Santo Padre nos deixou. Não faltam documentos e reflexões profundas, autênticas e sensatas sobre a Palavra e a vontade de Deus.
.
Diante de tantas obras e atos de misericórdia que S.João Paulo II nos deixou como herança, só posso dizer que esta matéria publicada me entristeceu demais e até que provem o contrário, creio em sua proposta coerente de vida cristã.
De qualquer maneira, tenho certeza que, lá do céu, ele está vendo tudo de modo especial e está intercedendo por todos os que estão se valendo desta confusão midiática.
Se você se identifica com meu modo de pensar, compartilhe! Temos que zelar pela memória das pessoas que doaram suas vidas pelo amor desinteressado e misericordioso.
Um abraço!
Estela Maura
Comentários
Postar um comentário