O mau comportamento e a imagem - artigo para o jornal DS

Estela Maura   Etiqueta   Atualização as segundas-feiras estelamauraresponde.blogspot.com
http://www.diariodosul.com.br/?codcol=5&busca_nome=BUSCAR&todos=1&pag=variedades2
O mau comportamento e a imagem Povos diferentes, culturas diferentes... Quem acha normal alguém cuspir no chão, inclusive dentro do ônibus ou metrô? E tomar sorvete fazendo bastante ruído ou, ainda, furar fila? Parece estranho, mas tanto em Pequim, como em Xangai, estas manifestações de maus hábitos são vistas com frequência. Contudo, quando alguns chineses vão para outros países, provocam reações estranhas nas pessoas, pois não são todos que se sentem bem ao lado de quem tem costumes tão diferentes. Na verdade, é um choque cultural. Essas afirmações partem das próprias autoridades chinesas, ao constatarem que a falta de orientação para educar melhor seu povo pode prejudicar a imagem da China em relação às outras nações. Quando aconteceram as Olimpíadas de Pequim, algo precisaria ser feito para que pudessem receber melhor os visitantes, sem que esses costumes fossem tão evidentes. Foi neste momento que o governo chinês resolveu usar manuais de etiqueta e comportamento para treinar seus voluntários. Há pouco tempo, um dos vice-primeiros-ministros declarou sua preocupação quanto à imagem de seu país em relação ao exterior, no que tange a hábitos não muito civilizados de seu povo. O Ministério do Turismo teve, então, a iniciativa de elaborar uma cartilha com orientações para quem pretende visitar países estrangeiros, que ensina como não tirar meias, nem sapatos em público, não jogar bitucas de cigarro nos corredores de hotel, entre outras dicas fundamentais. Em uma entrevista concedida a uma revista brasileira, a renomada consultora de etiqueta chinesa Yue-Sai desabafou:  “Pior que prejudicar o turismo é que a falta de educação estimula o preconceito”.  Segundo ela, fazer barulho ao comer e sujar toda a mesa, falar alto ao celular, não respeitar a privacidade do outros, cuspir em qualquer lugar e o tempo todo ou fumar em ambientes fechados é o fim. Vestir-se de maneira inadequada para a ocasião, furar fila, não confirmar presença em eventos quando solicitado, são faltas graves. Para completar a lista de gafes, a falta de civilidade em não respeitar faixa de pedestres e a indelicadeza de não pedir desculpas quando se esbarra em alguém. A consultora de etiqueta está corretíssima! Deve haver respeito e tolerância com as diferenças culturais, porém, respeito e bom senso devem prevalecer. Certos hábitos podem e devem ser corrigidos, desde que haja estímulo e boa vontade para uma orientação adequada à sociedade. Afinal, sempre vale a pena investir em educação!