As aulas estão de volta e, com elas, recomeçam uma série de atividades. Experiências novas, novos relacionamentos, expectativas diferentes e até um certo "medinho" do que está por vir. Tudo isto é esperado, porque é assim mesmo.
Acho que o mais importante, e o que gostaria de focar aqui, é o relacionamento entre professores, pais e alunos durante o ano letivo.
Em tempos em que tudo é permitido, ficou um pouco mais tenso, o clima, em algumas salas de aula. Realmente, por mais que muitas coisas tenham mudado nestas últimas décadas, algo não pode mudar: o respeito do aluno para com o professor. Não é possível entrar em um ambiente com 30 alunos e um professor, com um total de 31 caciques! Na verdade, todos querem mandar e fazer com que suas ideias prevaleçam, mas ninguém quer obedecer as regras estabelecidas. Os alunos já chegam na escola com uma bagagem sinistra, sem limites e isto é muito complicado. Revela a educação que eles recebem dentro de seus lares, que é um ponto fundamental.
Em contrapartida, existe a figura do mestre, que deve cuidar muito do que fala, como fala, como age e reage, frente à qualquer situação cotidiana ou extraordinária. Ser professor é ser referência, porque transmite, não apenas os conhecimentos específicos da disciplina, mas passa para o aluno seu modo de pensar, de se vestir e de como emprega o português. Inevitavelmente, reflete sua cultura e seu comportamento social. Portanto, é uma responsabilidade imensa!
Por mais que haja discrição quanto a certos assuntos, o professor deixa transparecer muitos aspectos, pois o convívio com os alunos é intenso. Em função deste convívio, é possível observar muitas peculiaridades de cada aluno. Detalhes que fazem a diferença na vida do colégio, da família do aluno, do próprio professor e, quem sabe, da sociedade como um todo.
Cheguei a ter duas experiências distintas, enquanto minha filha estudava no ensino fundamental e médio, que me marcaram muito.
Uma delas, foi a história de um coleguinha, que era considerado incapaz para acompanhar a turma, pela escola anterior, carregando consigo uma baixíssima autoestima, além do grande sofrimento dos pais. Foi então, acolhido por uma profissional extremamente competente e segura de sua missão de educar. Através de muito empenho, dedicação e muita observação dentro da sala de aula, a professora desconfiou que o menino não tinha problemas de compreensão, mas sim, uma discreta deficiência auditiva. A partir deste momento, passou a sentar na primeira carteira e começou a ter um bom rendimento, com uma excelente autoestima. Enfim, esta professora devolveu a alegria ao aluno e à sua família. Se não fosse sua dedicação e atenção, quem sabe esta leve deficiência não fosse observada e cuidada? Com certeza, o futuro deste menino seria totalmente diferente.
A outra história tem um outro componente importante: a presença e parceria dos pais na educação dos filhos. Minha filha, já no ensino médio, ficou sabendo que um dos alunos resolveu cometer algum tipo de fraude, em relação às provas, objetivando alcançar uma nota mais alta, de maneira desonesta. O escândalo vazou e a reação dos pais foi incisiva, em defesa do filho, exigindo uma postura neutra por parte da escola. Que pena...Estes pais perderam a grande oportunidade de educarem seu filho para sempre, e demonstraram que a ética e a formação de personalidade não são uma grande preocupação para eles.
Educação é assunto sério, e é necessário haver parceria e cumplicidade entre pais e mestres. Se não houver coerência entre o que é ensinado na escola e vivenciado em casa, pode ser que o barco afunde, e afunde bem!
Hoje em dia, as coisas não estão nada fáceis. Quanto mais atenção e diálogo, melhor!
Que os relacionamentos mereçam um pouco mais de atenção e que as escolas voltem seu olhar para o comportamento social. As regras de uma boa convivência em sociedade educam e fazem a diferença.
Vocês concordam?
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